Desejos, Segredos e Cia...

Thursday, January 26

Todo seu poder...

FEITIÇO...

Ele gosta dela...
Da sua pele...
Do seu cheiro...
Do seu modo de andar...
Gosta do seu olhar malicioso...
Do seu jeito dengoso...
Da sua boca gulosa...
Gosta do seu jeito de falar...
Fazendo biquinho...
Só para provocar...
Esse jeito maroto
De mulher decidida...
Fêmea no cio...
Que susssurra no seu ouvido...
O faz delirar...
E ele se deixa levar por suas artimanhas...
Se deixa conquistar...
Como pode este homem, enfeitiçado...
Em delírios...
Conseguir escapar?
(P.C.)


QUEM É ELA?

Ela quer tudo o que pode
Ela pode tudo o que quer
Quer sua alma, sua existência
Toda sua presença...
Quer seu passado, seu presente,
Todo seu futuro...
Quer suas vontades, seus desejos,
Toda sua euforia...
Quer seus pensamentos, suas dúvidas,
Toda sua certeza...
Ela quer domar, controlar
O possuir...
Quer sugar, enlouquecer
O enfeitiçar...
E ele simplesmente... não consegue esquecer
o que atormenta suas lembranças...
e ainda continua no ar...
“Quem é ela?... Quem é ela?...”
(P.C.)

Wednesday, January 25

Música para nossos ouvidos...


Canção das Mulheres ( by Lya Luft)

“Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco – em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade mas talvez seu medo ou sua culpa.
Que se começo a chorar sem motivo depois de um dia daqueles, o outro não desconfie logo que é culpa dele, ou que não o amo mais.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo “Olha que estou tendo muita paciência com você!”
Que se me entusiasmo por alguma coisa, o outro não a diminua, nem me chame de ingênua, nem queira fechar essa porta necessária que se abre para mim, por mais tola que lhe pareça.
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que quando levanto de madrugada e ando pela casa, o outro não venha logo atrás de mim reclamando: “Mas que chateação essa sua mania, volta para cama!”
Que se eu peço um segundo drinque no restaurante o outro não comente logo:”Pôxa, mais um?”
Que se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro – filho, amigo, amante, marido – não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa – uma mulher.”


Canção dos Homens (by Lya Luft)

"Que quando chego em casa do trabalho ela largue por um instante o que estiver fazendo – filho, panela ou computador – e venha me dar um beijo como os de antigamente.
Que quando nos sentarmos à mesa para jantar ela não desfie a ladainha dos seus dissabores domésticos. E se for uma profissional, que divida comigo o tempo de comentarmos nosso dia.
Que se estou cansado demais para fazer amor, ela não ironize nem diga que “até que durou muito” o meu desejo ou potência.
Que quando quero fazer amor ela não se recuse demasiadas vezes, nem fique impaciente ou rígida, mas cálida como foi anos atrás.
Que não tire nosso bebê dos meus braços dizendo que homem não tem jeito pra isso, ou que não sei segurar a cabecinha dele, mas me ensine docemente se eu não souber.
Que ela nunca se interponha entre mim e as crianças, mas sirva de ponte entre nós quando me distancio ou distraio demais.
Que ela não me humilhe porque estou ficando calvo ou barrigudo, nem comente nossa intimidade com as amigas, como tantas mulheres fazem.
Que quando conto uma piada para ela ou na frente de outros, ela não faça um gesto de enfado dizendo “Essa você já contou umas mil vezes!”
Que ela consiga perceber quando estou preocupado com trabalho, e seja calmamente carinhosa, sem me pressionar para relatar tudo, nem suspeitar de que não gosto dela.
Que quando preciso ficar um pouco quieto ela não insista o tempo todo para que eu fale ou a escute, como se silêncio fosse sinal de falta de amor.
Que quando estou com pouco dinheiro ela não me acuse de ter desperdiçado com bobagens em lugar de prover minha família.
Que quando eu saio para o trabalho de manhã ela se despeça com alegria, sabendo que mesmo longe eu continuo pensado nela.
Que quando estou trabalhando ela não telefone a toda hora para cobrar alguma coisa que esqueci de fazer ou não tive tempo.
Que não se insinue com minha secretária ou colega para descobrir se tenho uma amante.
Que jamais se permita nenhuma alusão, mesmo de brincadeira, seja positiva ou negativa, sobre meu desempenho sexual.
Que com ela eu também possa ter momentos de fraqueza e de ternura, me desarmar, me desnudar de alma, sem medo de ser criticado ou censurado: que ela seja minha parceira, não minha dependente nem meu juiz.
Que cuide um pouco de mim como minha mulher, mas não como se fosse uma criança tola e ela a mãe onipotente, que não me transforme em filho.
Que mesmo com o tempo, os trabalhos, os sofrimentos e o peso do cotidiano, ela não perca o jeito terno e divertido que tanto me encantou quando a vi pela primeira vez.
Que eu não sinta que me tornei desinteressante ou banal para ela, como se só os filhos e as vizinhas merecessem sua atenção e sua alegria.
E que se eu erro, falho, esqueço, e distancio, me fecho demais, ela saiba me chamar de volta com aquela ternura que só nela eu descobri, e desejei que não perdesse nunca, mas me contagiasse e me tornasse mais feliz, menos solitário, e muito mais humano."


Ridículo? Exagerado? Depende dos olhos de quem lê...
A primeira vista pode parecer completamente machista... mas que mal há nisso?? O importante é saber se funciona ou não. E se funcionar...VIVA!!
Estamos muito mal acostumados em pensar que um relacionamento é uma competição onde um sempre ganha e o outro sempre perde. Nunca há perdedores. Os dois ganham sempre, de uma forma ou de outra.
Ora! Não sejamos tão ingênuos. Um relacionamento existe quando duas pessoas querem. É um acordo pré-estabelecido. E engana-se quem pensa que com o tempo passará a ser unilateral. Estar junto de alguém é uma escolha. E como em toda escolha você tem que saber quais são seus deveres e direitos.
Sejamos realistas... para um relacionamento funcionar tem que haver a entrega, a cumplicidade, a empatia... Sem isso, nada feito! Será somente brincar de casinha... e como toda brincadeira... com o tempo perderá completamente a graça.
Antes de se negar a isso, experimente... mas experimente de coração, corpo e mente abertos. Deixe o outro se instalar em sua vida e te conhecer por inteiro, com todos seus defeitos, qualidades, chatices, loucuras, medos...
É necessário toda uma nudez de espírito para que o outro te descubra completamente e se reconheça também em você. O outro se tornará o seu espelho... você querendo ou não. Então que pelo menos você esteja bem apresentável...
Somos muito simplórios e até simplistas em acreditar que a vida realmente é simples. É simples para quem não espera nada novo, e nem de novo. É simples para os que já desacreditam de si mesmos. É simples para os que não se permitem errar. É simples para os que não esperam nada... de nada...
A vida é complicada. E muito. E mais ainda se você não estiver passando por ela sozinho.
Vamos parar de usar rótulos para o que vc é, ou deixa de ser, para o que vc acha ou deixa de achar, para o que vc faz ou deixa de fazer. Temos que descobrir a graça de se conviver com alguém, se entregar a alguém, se mostrar confiante perante o outro. Vamos nos livrar de nossas máscaras, de nossas amarras, nossos traumas... Vamos esquecer de nossas mentiras, parar de fingir que somos perfeitos. Nós não somos!! E o outro também não!! Está vendo?? A começar por aí já descobrimos que temos alguma coisa em comum...
Não interessa o que somos - homem ou mulher – mas sim como vamos aproveitar o que somos em benefício do outro. Temos que aprender a não esperar do outro o que a gente também não dá. Tudo tem que estar em harmonia, em sinergia, em compasso... como as ondas no amar... Damos o que recebemos... Recebemos o que damos... Isso sim é simples.
Quero aprender sempre mais a ter esta capacidade de fazer pelo outro, ser para o outro, achar do outro... o que quero para mim. Sem rótulos, sem machismo, sem falsas ou equivocadas definições, sem competições, sem falsidades, sem prêmios, sem decepções, sem cobranças...
Pode parecer completamente inaceitável, ou até mesmo ultrapassado, mas quando estamos com alguém que gostamos tudo se torna natural e então tudo é possível e permitido, tudo é bonito aos nossos olhos, nada é excesso...
E aí sim, quando atingimos esse ponto, então somos, sem nenhuma vergonha, completamente ridículos e exagerados... com muito orgulho...

Monday, January 23

Encontros, desencontros e reencontros...


Ultimamente, tenho pensando em quantas pessoas interessantes e muito queridas já tive o privilégio de conhecer. Muitas ainda continuam a compartilhar comigo a minha estrada e outras se perderam entre tantas curvas, derrapagens e buracos. Sempre fui muito exigente comigo e também com os que me cercam. Tenho o defeito de querer sentir a vida com intensidade demais em todos os segundos... nas amizades, no amor, nos sonhos... e isso na maioria das vezes assusta e gera alguma decepção. Sei que encontrar pessoas é inevitável. Faz parte da nossa existência. Estamos sempre conhecendo pessoas, com as quais interagimos. Mas encontrar pessoas interessantes é uma tarefa bem mais complicada e menos corriqueira. Tanto é verdade que posso contar nos dedos as pessoas que realmente gosto e que fazem parte do meu restritíssimo círculo de convivência. E isso não é sinal de arrogância. Eu simplesmente prefiro assim. Nunca gostei da idéia de ter muitos amigos “mais ou menos”. Sempre quis ter os melhores amigos... daqueles irrepreensíveis... quase perfeitos... em que se pode confiar cegamente. Nunca fui uma simples “colecionadora de figurinhas”. Seguir esta vertente me incomoda a ponto de me entristecer... pois não gosto de estar inserida num estado latente e iminente de deslealdade. Digo isso, porque ao conhecer tantas pessoas somos incapazes de identificar rapidamente todas as qualidades que carregam. Isso leva tempo... Exige doses extras e ilimitadas de percepção para conhecer um pouco mais que alguns fragmentos de sua totalidade. As pessoas são singulares diante de suas particularidades... que nós embevecidos descobrimos por trás de cada olhar, cada sorriso, cada gesto, cada palavra. E penso que esse é o motivo que nos faz querer por perto os que têm algo para somar à nossa bagagem, os que nos fazem bem, os que nos tornam melhores, os que nos emocionam, os que nos surpreendem... Precisamos dessas surpresas que nos comovem e nos entrelaçam sempre mais. Amigos de infância... amores platônicos... amizades perdidas pelo caminho... Na vida estamos sempre levando e deixando as pessoas. Algumas nos acompanham por longas datas. Outras, perdem-se rapidamente de nós e... em nós. E isso é triste mas também inevitável...
Por estas razões, quando acontece, o reencontro se torna tão mágico. É como se a vida nos presenteasse, nos desse uma segunda chance para resgatar e explorar ao máximo aquela amizade que por vários motivos foi interrompida... Reencontrar é relembrar sentimentos, dar vida às lembranças, refazer os laços desfeitos. E então passamos a re-conhecer as pessoas e perceber o que mudou... já que ninguém estaciona no tempo. As experiências, os saberes, as vontades, os sonhos, as realizações, a sua nova forma de existir... são então redescobertas. E isto é, sem sombra de dúvidas único, e também, bastante prazeroso.
A vida apesar de sua fragilidade se mostra cada vez mais impaciente e ambiciosa. O que pode, às vezes, nos tornar cínicos, gananciosos e egoístas. Não deixemos que o futuro seja tão incerto e insuportável a ponto de nos fazer esquecer o que é importante. Reencontrar alguém é uma oportunidade raríssima. É um presente doce do destino...
Vamos resguardar nossa pureza... resgatar nossa inocência. Os amigos, distantes ou não, são o nosso melhor presente. Não esqueçamos de celebrá-los com um gostoso brinde. No mínimo receberemos em troca um maravilhoso e enorme sorriso.

"A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida." (Vinícius de Moraes)

Friday, January 20

Para se acabar...

Esta cara de quem goza,
Completa desfaçatez,
Este sorriso no olhar e no corpo... É louco!
Brinca com neurônios e hormônios de todos
Engambela, se atreve
Leva na lábia
Até quem se recusa...
É tudo delírio, devaneio
Perfume viciante no ar,
Exaltação de corpos...
E aqui estamos nós
Com essa cara deslavada
De quem simplesmente Goza e gosta...
(P.C.)

Estive hoje passeando por alguns blogs... visitando o blog de um amigo... o de outra amiga e observando este blog... o meu... com todos os textos que já escrevi ou escolhi para postar. E lógico não poderia deixar de ler os comentários que são uma parte importantíssima da festa. Nos textos que me expressei de forma mais erotizada... deixando aflorar mais este meu lado... vamos dizer selvagem... não recebi quase nenhum comentário. Incrível isto! É como se eles não existissem... não estivessem ali... invisíveis a olho nu. Os poucos "sussurros" que existem são de certa forma... anônimos. É como se ao ler um simples comentário eu pudesse “ler” quem escreve... por dentro,
invadir o que existe de mais secreto e então
desvendar todos os seus mais profundos mistérios.
Percebi então o quanto as pessoas podem ser contidas. Se escondem por trás de um muro instransponível... ocultam seus desejos de uma forma tão dura que até interfere na sua existência, no seu dia-a-dia. Perdem um tempo precioso... e acabam não aproveitando e nem usufruindo do melhor da vida. Sim! O melhor da vida! Não sei por que nos é ensinado essa necessidade de auto-controle. Por que não podemos simplesmente deixar transparecer toda nossa essência, nossas vontades, nossos gostos? Quanta hipocrisia perante nossa valiosa e rápida vida. Perde-se muito ao se esconder atrás de falsos moralismos, falsos pudores...
Por que não simplesmente se entregar? Por que não perder a cabeça?
Onde está o tesão puro e simples que não precisa de explicações e nem motivos para ser ou existir? Penso que o medo maior está em revelar o que, e do que, gosta... e se assumir. Assumir o que consegue te excitar, o que te faz perder o controle...
E, me diz... que mal há nisso?
Gosto do que se relaciona ao tema sexo. Afinal nasci dele, vivo com ele e provavelmente vou morrer dele... Não recrimino suas variantes e as formas de usufruí-lo. Gosto de pensar, escrever, falar e... principalmente fazer. Mas não gosto daquele sexo técnico, chato, cansativo e sem graça... cheio de nomes e sobrenomes.
Gosto sim do sexo que beira o insano,
que atiça minhas fantasias com todos os seus sons,
que me causa uma descarga de adrenalina...
um total descontrole... e quase me leva à loucura.
Eu quero este sexo conflitante, desbravador que me faz delirar,
que me domina com suas nuances e me vicia. Eu preciso sentí-lo.
E por isso não tenho medo de me entregar a ele.
É o nosso acordo, a nossa troca.
Há algum tempo decidi que não queria mais me sentir sufocada por meus pudores e medos. Decidi então me tornar desavergonhada, despudorada e completamente sexuada. E isso passa bem longe do vulgar... Agora aproveito todos os instantes e quero me deliciar com todas os devaneios... meus... e de quem mais se atrever a compartilhar os seus comigo. Minha intenção não é chamar atenção e nem afrontar ninguém. Não preciso disto. Mas quer saber? A vida é minha, faço o que quiser, sinto o que quiser, dou quando eu quiser, do jeito que quiser, quantas vezes quiser, e gozo o quanto mais eu puder... Doa a quem doer... incomode a quem incomodar... E dane-se os que não entendem este meu lado mais exuberante... e ficam ressentidos, horrorizados... morrendo de vontade... e babando pelos cantos...
Para estes eu só posso dizer...

Baba, baby... baba... e chupe os dedos... Pois é só isso que te resta...

Queria que o mundo e a vida se acabasse em gozo...
Gozo e felicidade...

Thursday, January 19

Ser... e somente ser...

A mulher que existe em mim... não tem limites nem medidas, quer somente ser feliz! Se alimentar de paixão, sonhar sim, mas com os pés firmes no chão... Eu sou alguém que ainda não é, vou para onde não sei, sou não e sou sim, corro quando estou parada, estou junto e longe de mim, sou pecado e virtude, não tenho destino e nem rumo... Fujo do que espero, não quero o que quero, vou para onde não vou... Há várias em mim. Sou vencida e vencedora, sou amante e amadora, sou felicidade e tristeza, menina e mulher... Sou o que desconheço, o que ainda está por vir. Eu sou como o vento que em um movimento lento caminha por rumos incertos sem culpa, vagueia à procura de lembranças boas, rodopia por entre sonhos inquietos, desvia da insegurança e se transforma em pensamento...Sou uma mistura de dúvidas, medos, vontades, escolhas e opostos que brigam entre si e se complementam o tempo todo. Minha alma se constitui de sorrisos largos e choros amargos. A intensidade é o meu caminho e me invade a todo momento, sou um pouco do que sou e do que não quero ser... sou um pouco de tudo e também... sou nada... Existo entre o céu e a terra... entre o sol e a lua... e nas ondas do mar... Sou o começo do dia, o entardecer, a escuridão... uma mutação constante de cores, tons e sons. O meu tempo vive parando para me esperar... porque será?! Nem a minha loucura me obedece... Vivo como alguém que se perdeu e quero me encontrar quando estou fugindo de mim mesma, de tudo e... de todos. Não sei onde começo e nem onde acabo. Mas existo e sou o que sou além do que suporta meu espaço finito. Eu sou eu e sou diferente... sou dois pedaços de gente que vivem sempre a lutar, e só sou eu então... se o meu eu me deixar...

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade; sei lá de quê!"
(Florbela Espanca)

Deliciosa sobremesa...

Esperou ansiosa durante todo o dia para poder realizar o que tinha planejado. Decidiu aparecer de improviso. Tinham acabado de falar pelo telefone. Queria lhe fazer uma surpresa. Tocou a campainha. Ele abriu a porta e não esperava que fosse ela... Ela adorava pegá-lo desprevenido... Ele ficou com um ar tão docemente espantado e ela percebeu como seus olhos brilharam ao vê-la... e ao ter certeza de que era real a sua presença ali. Ele meio atrapalhado e um tanto ruborizado a convidou para entrar. Ela tinha passado pelo restaurante preferido deles e por isso tinha nas mãos uma caixa com o jantar. Trocaram um beijo quente, prolongado... Ela se afastou com um sorriso e dirigiu-se até a mesa, onde depositou a caixa. Tirou os sapatos para ficar mais a vontade... e estava vestida da forma como ele gostava. Uma blusa com botões suavemente transparente e uma saia rodada, larga, acima do joelho... Ele adorava aquele tipo de saia que o deixava com vontade de deslizar as suas mãos por baixo do tecido, subindo pelas pernas dela, tentando atingir o centro do seu desejo - o ponto mais quente do seu corpo. Ela acendeu as velas que também tinha levado... apagando as luzes do teto. Abriu um vinho... e então sentaram-se frente a frente e começaram a comer... intercalando com conversas bobas, sorrisos maliciosos, olhares atrevidos... seduzindo-se mutuamente... O pé descalço dela, avançou por baixo da mesa e subiu pelas pernas dele, tocando-as com suavidade. Ele sorriu, pois sabia onde ela iria parar - entre suas coxas- onde o volume evidenciava que estava bem excitado... Ela o acariciou com os dedos, deslizando pelo tecido da sua calça. E então ele agarrou seu pé e o pressionou contra aquele pedaço rígido do seu corpo... soltando um gemido... como se uma descarga elétrica o tivesse atingido... Ela ergueu-se da cadeira, aproximou-se dele e desabotoou a blusa que vestia. Vestia um sutiã preto, de renda... como ele gostava. Ela o empurrou até o afastar da mesa... afastou também os restos do jantar... e sentou-se à sua frente... com as pernas semi-abertas e os pés descalços apoiados nas suas coxas. Ele deslizou as mãos por suas pernas, subindo, até encontrar suas coxas arrepiadas... Fez um ar admirado e ergueu sua saia para ver o que ela vestia... meias pretas até o meio das coxas, presas por uma cinta-liga e uma tanguinha minúscula... O brilho de contentamento e surpresa do olhar dele a excitou mais ainda. Ela tinha acertado... Ele mergulhou o rosto em suas coxas e a puxou de encontro a ele, pelos quadris... enquanto ela o agarrava pelos cabelos e sussurrava que o queria naquele momento.- Vem! Eu te quero agora!- Mas ele preferiu torturá-la um pouco mais... erguendo as mãos para agarrar e massagear seus seios com volúpia... Ele então se levantou da cadeira, elevou uma das pernas dela... apoiando-a no seu ombro, e deitando-a para trás... sobre a mesa. Afastou sua calcinha e passou a lambê-la... a língua dele a penetrava... degustando com prazer todos seus sabores... Ela movia os quadris pedindo mais e ele sugava sem parar, vibrando... querendo fazê-la se acabar... E ela assim explodiu em um gozo alucinante... que a deixou com mais vontade de tê-lo inteiro dentro dela... Ainda com a respiração acelerada, ela conseguiu se colocar de pé... se aproximou dele com avidez e num impulso abriu sua calça e segurou em suas mãos o que mais gostava... Ela era a sua sobremesa... Sentou em seu colo e o fez deslizar por todo aquele caminho quente que já se encontrava bem úmido... enquanto suspirava de prazer e sussurrava o que ele gostava de ouvir... em seu ouvido... Ela então pôde realizar aquela dança sincronizada com ele... e nele... Sentia-se louca naquele dia... movendo-se com prazer, sem parar... como se estivesse fora de si... Louca... Louca... Ela queria aquilo... Ela gostava daquilo... Gostava de ver a expressão de tesão e abandono dele... Gostava de ouvir o que ele murmurava para ela enquanto a segurava pelos quadris... Os movimentos aceleraram... seus corpos batiam um contra o outro entoando um som abafado... guiados por aquele desejo intenso... E, entre gemidos, palavras desconexas e muito prazer... finalmente gozaram... e uma leveza os dominou... Saciados, riram então de suas loucuras... E ele agradecido... revelou ter adorado a surpresa... E pediu, sussurrando no seu ouvido, para ela levar o jantar mais vezes... - Com sobremesa? – ela perguntou... - Principalmente a sobremesa...

Wednesday, January 18

Naquele dia 13...


Sexta-feira, lua cheia, dia 13...

Toda a magia concentrada num mesmo instante...
Em meio à escuridão que se instalava ela ouvia um canto que a hipnotizava... uma mistura de uivos e gemidos... E então soube que era hora... o momento de soltar a loba aprisionada estava próximo... Em seu pescoço, pendurado, estava o símbolo do que a movia e comandava, o pentagrama... a união de todos os elementos da mãe-natureza...
Naquele instante a bruxa que repousava em seu corpo ansiava em ir... e também levar alguém, à loucura... Descobriu que podia se despir de seus medos e inquietações e ser quem quisesse... e o que quisesse... E o que ela mais desejava era ir à caça. Queria ser a caçadora... Se sentia poderosa, sedutora... Um perfume inebriante exalava de seu corpo, de sua pele... quase a entorpecendo e de certa forma a possuindo... Seu pensamento se tornara uma poção mágica que misturava pitadas bem dosadas de erotismo e sensualidade... paixão e tesão... ao seu paladar. Era todo o tempero de que necessitava para aumentar sua fome... Estava pronta para o abate. Passou a devorar com violência cada pedaço daquela carne... suculenta, que lhe despertava os sentidos e lhe dava água na boca... Presenciou então... lábios, boca e língua em um movimento sincronizado... Desejou ser uma aranha para prendê-lo em sua teia firme...
Finalmente, sentou-se em sua vassoura encantada e frenética... Enquanto ouvia o sibilar do vento e presenciava o último brilho das estrelas cadentes, atravessou a lua cheia que iluminava a noite e foi em busca do seu prêmio... ensandecida... sedenta por penetrações... se permitindo com um gole só... se embriagar...
Tudo isso, porque naquele espaço negro, infinito, misterioso e excitante ela brilhava... chamando-a e enfeitiçando-a... Era a lua cheia... pura magia e encantamento... que nessa fase mais do que em qualquer outra, a dominava com violência e a enlouquecia... fazendo-a liberar suas intensas e deliciosas sensações... noite alucinante de emoções...

Wednesday, January 11

Lenda...



Sou assim...
Como uma lenda, sempre envolta em mistérios... magias...

fantasia alucinante da mente,
sussurros dos silêncios da alma...
Sou lenda para correr livre com o vento
procurando as vozes da memória
histórias perdidas no tempo...
Sou lenda para o que há em mim tornar possível o encontro entre a Lua e o Sol...
Por ser lenda
posso cavalgar pelos seus sonhos, velejar pelos mares da sua saudade, passear, solta, pelo seu pensamento...
Sendo lenda, posso rodopiar na sua alegria, fazer parte da sua emoção, e caminhar, tranqüila, pela sua ilusão...
Sendo lenda, posso escrever meu nome em sua vida, e me instalar no aconchego do seu coração... como um perfume no ar...

... Sendo lenda posso me tornar parte de você, sem você nem perceber...

Monday, January 9

Jardim da vida...


“Na maior parte do tempo os sonhos se mostram maiores que a realidade e a realidade, por sua vez, não é nossa... não nos pertence inteiramente... Constantemente algo me causa uma sensação que não sei explicar... mas está ali... sei que existe... pois sinto! E me pergunto:
Como tornar real o que nem eu sei como explicar?
Como fazer acontecer o que nem eu sei como suportar?
Como ir adiante se parece ser tão insignificante?
Como escolher um momento se a hora já parece tão errada?
Sei que a dor às vezes poderá ser sempre maior se algo que não conseguimos suportar se tornar real... mas também sei que sem dor quase esquecemos o que é real... o que queremos, o que sentimos, o que vale a pena ou não... Sei que a inconsequência dos atos traz maior dor do que a completa sanidade. Mas me questiono... o tempo todo... porque tenho que ser tão sã se a vida é minha, quem sente sou eu e quem sofre também sou eu?
Sei lá... acho que é uma mistura de dúvidas e vontades... e não sei, na realidade, qual deve ser superada... nem sei se deve haver esta superação. Só sei que é dificil fazer escolhas... não gosto de fazê-las... tenho medo delas... e tenho medo também de não escolher... pois sei que depois, invariavelmente, o arrependimento se instala... Experiência própria...”


Escrevi esse texto há um tempo atrás... e hoje o encontrei ao mexer em coisas já deixadas de lado... Percebo agora que somos sempre uma caixinha de surpresas. Nos decepcionamos e nos surpreendemos a todo instante. Estamos sempre passando por momentos confusos e de uma forma ou de outra aprendendo... e ensinando...
Ninguém sai completamente ileso de nada nesta vida... mesmo que pareça que sim.
Ao olhar para trás tenho certeza que não deixaria de ter feito nada que já fiz... Hoje, poderia fazer de uma forma melhor ou diferente, mas mesmo assim... ainda faria. Sei agora que nenhum momento é igual a outro... nada se repete em sua totalidade... o que foi ontem não é mais hoje... e o que é hoje provavelmente não existirá mais amanhã. Mas penso que isso deve ser bom. Para o ciclo recomeçar... Para a vida não estacionar...
Descobri que para se ter uma vida cheia de jardins floridos, borboletas coloridas e perfumes inebriantes é necessário que exista longas, silenciosas e dolorosas metamorfoses.
Decidi que quero ser sempre como uma criança que ainda não descobriu a maioria das coisas... que ainda tem os olhos encantados e encantáveis... que ainda tem a capacidade de se assombrar ou se alegrar diante do banal. Os adultos de tanto vê-las já não as vêem mais... e tudo parece perder o sentido ou a importância.
A partir de agora vou deixar a minha porção criança ser maior e comandar a minha vida...
Que aconteça toda e qualquer necessária metamorfose... que me leve a enxergar os jardins floridos... com todas suas borboletas e seus perfumes...

"Pensar é produzir o vazio para que o ser aflore." (Octavio paz)

Janela da alma...


"Os olhos são o espelho da alma.
E se isso, verdade é, deixe-os serem a janela,
e veja por um instante minha alma de mulher.
Vê a borboleta que em doces volteios acaricia suave, seus cabelos?
São meus dedos...
Feche os olhos e sinta. Ao som suave da brisa,
minhas carícias que vão lhe envolvendo.
Sinta o toque na pele, que traçando seu rosto
vai descendo mansinho em direção ao seu peito.
São meus beijos...
Sente o roçar pela cintura, como asas de libélula voejando?
É minha língua... Vou adentrando.
Das vestes, já liberto, sinta o tempo de agosto
que vai molhando seu corpo.
Estou provando seu gosto.
Segure de leve, pressionando, minhas ancas
transformadas em rédeas, enquanto vou cavalgando.
Fica assim...
Parado a sentir o veludo úmido lhe envolvendo.
Você está dentro de mim.
Rápido...Vem comigo!
Vamos chegar ao fim...
Agora abra lentamente seus olhos...
Sinta a vida transformada em seiva que de seu corpo flui.
Não me procure...
Como a tarde desta primavera
Eu já fui..."
(Asta Vonzodas)

Friday, January 6

Mais simples...


Acordei hoje com uma sensação de aperto no peito. Me sinto assim quando fico ansiosa... quando não tenho certeza do que acontece. Me sinto enfraquecida, perdida, desconsolada, melancólica. A sensação permanece até eu ter a certeza do que quero ou do que posso. Entretanto minha ansiedade hoje é bem mais profunda. Estou ansiosa pela vida e o que ela me reserva. Nunca acreditei que a vida fosse simples apesar de gostar das coisas simples da vida. Ela sempre se mostrou muito complexa para mim... e trouxe sempre muitas mudanças. São tantas mudanças... que me fazem sentir medo do futuro, a desacreditar do presente e até gostar mais do passado. Alguns dias se mostram perfeitos quando percebo que os sonhos estão se realizando e que o que eu quero está ao meu alcance. Fica aquela sensação de felicidade presente, concreta. Que me alivia, me tranquiliza. Entretanto também sou afetada, tanto ou até mais, pelos dias mais nebulosos onde tudo parece estar fora do lugar... como se alguma coisa faltasse. E então me pego sentindo saudade. Como se fosse uma defesa. Saudade do que não vivi, do que não tive, do que não quis, do que não conheci. Saudade de momentos que não se repetem, saudade do que não fui ou não fiz. Sinto uma estranha saudade do passado, do presente e do futuro. Sinto saudade do que já fui, do que hoje sou e do que ainda serei... Sinto saudade do que ainda vou descobrir dentro de mim... e do que ainda vou fazer. Não quero me sentir ludibriada pela ansiedade, esta emoção traiçoeira que me cega e me impele a sentir saudades. Sei que tenho que acreditar em dias melhores. Sei que a vida é construída de acordo com as escolhas que fazemos ao longo de toda nossa existência. Tudo está nas nossas mãos de um jeito ou de outro. E por isso, fazemos o que queremos e somos o que escolhemos, ou podemos ser. E são estas nossas escolhas que nos ajudam a trilhar nossos caminhos e nos permitem sentir alegria, tristeza, amor, ódio e... até saudade... Mas a verdade é que sinto medo da cruel realidade definitiva tanto quanto da instável existência mutável.

E hoje... só hoje... eu queria que a vida realmente fosse mais simples...

"A vida é mais simples do que a gente pensa; basta aceitar o impossível, dispensar o indispensável e suportar o intolerável." (Kathleen Norris)

SENTIR...


“Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é,
Sentir, sinta quem lê!”
(Fernando Pessoa)

Thursday, January 5

Sem pudor...

Se aproxime...
Vem para perto de mim...
Sem medo...
Vem ouvir minhas safadezas...
Sussurradas em segredo...

Vem para perto de mim...
Sem hesitar...
Com tuas mãos macias...
Minha pele úmida acariciar...

Vem para perto de mim...
Meus mistérios desvendar...
Enlouquecer os meus sentidos...
Se deixar hipnotizar...

Vem para perto de mim...
Sem pudor...
Presenciar toda minha entrega...
E todo o meu rubor...

Vem para perto de mim...
Me dominar...
Fechar meu olhos com seus beijos...
Me levar a sonhar com seus desejos...

Vem para perto de mim...
Sentir a minha chama... ardente...
A te extasiar...
Meu calor... crescente...
A te dominar...

Vem...
Mergulhar em mim...
Com todo este furor latente...
E você alucinado...
Verá meu corpo contorcido...
A te clamar enlouquecido...
Me faça delirar...
(P.C.)

Wednesday, January 4

Silêncio e palavras...


Eu gosto de escrever... escrevo para me conhecer e... também para não enlouquecer... Com alguma freqüência encontro meus escritos espalhados pela casa ou abandonados em algum canto. São os pedaços da minha alma que como se buscassem voz passam a deixar recados. É como se fosse um vício que tento mas não consigo evitar, me despertando para um estado latente de dependência... de necessidade de me virar pelo avesso. E o que é normal ou costumeiro passa então a me incomodar... e o que já foi esquecido pelo meu coração retorna da escuridão... para me entristecer ou alegrar... Eu sei... são as minhas esquisitices... não consigo mais me controlar... e descubro assim que me tornei totalmente dependente do meu próprio eu... a minha personalidade não me deixa mais em paz e me suga quase por completo. Por isso preciso escrever... como se assim eu pudesse sair um pouco de mim e ocupar um outro e novo espaço. Um espaço desconhecido... Saio rabiscando pelos cantos... incansavelmente, despudoradamente... mesmo sem saber o que e como escrever . Para somente então conseguir respirar aliviada novamente. E ao juntar todos os fragmentos escritos do meu “eu” despedaçado me descubro então finalmente completa... e totalmente ambivalente.


"Silêncio é o espaço onde as palavras nascem e começam a se mover. Por vezes as palavras existem porque as dizemos. Dependem de nossa vontade: pássaros engaiolados. Mas no silêncio ocorre uma metamorfose. As palavras se tornam selvagens, livres. Elas tomam a iniciativa. Só nos resta ver e ouvir." (Rubem Alves)

Tuesday, January 3

Um começo...


E então um novo ano começa...
Me encho de uma certa inquietude... uma sensação enigmática. E mais uma vez o mistério me ronda... me consome... está presente. E tudo chega com uma enorme intensidade, preenchendo meu peito, da qual parece ser impossível me livrar. Os sonhos, as promessas, as ilusões e as utopias antigas agora são vistas com um certo distanciamento e precisam dar lugar ao novo... Os meus braços agora querem escolher o que irão envolver... cansaram daquela existência gratuita. Muito do meu passado a partir de agora ficará para trás, existirá somente como uma porção da minha história e, no qual não me interessa mais mexer. Tenho a certeza de que o que me sobram são apenas alguns sentimentos tortos e alguns pensamentos repreensíveis que então se mostram fragmentados, pulverizados pelo tempo como se fossem um punhado de areia ao vento, se espalhando no mundo do esquecimento. A partir de agora pertenço aos segundos, minutos, horas... dos novos dias que surgem lá fora... implacáveis. Me desligo então da superficialidade de algumas palavras e sensações e simplesmente... me deixo levar...


"As asas da alma se chamam coragem. Coragem não é a ausência do medo. É lançar-se, a despeito do medo." (Rubem Alves)