Desejos, Segredos e Cia...

Wednesday, January 25

Música para nossos ouvidos...


Canção das Mulheres ( by Lya Luft)

“Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco – em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade mas talvez seu medo ou sua culpa.
Que se começo a chorar sem motivo depois de um dia daqueles, o outro não desconfie logo que é culpa dele, ou que não o amo mais.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo “Olha que estou tendo muita paciência com você!”
Que se me entusiasmo por alguma coisa, o outro não a diminua, nem me chame de ingênua, nem queira fechar essa porta necessária que se abre para mim, por mais tola que lhe pareça.
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que quando levanto de madrugada e ando pela casa, o outro não venha logo atrás de mim reclamando: “Mas que chateação essa sua mania, volta para cama!”
Que se eu peço um segundo drinque no restaurante o outro não comente logo:”Pôxa, mais um?”
Que se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro – filho, amigo, amante, marido – não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa – uma mulher.”


Canção dos Homens (by Lya Luft)

"Que quando chego em casa do trabalho ela largue por um instante o que estiver fazendo – filho, panela ou computador – e venha me dar um beijo como os de antigamente.
Que quando nos sentarmos à mesa para jantar ela não desfie a ladainha dos seus dissabores domésticos. E se for uma profissional, que divida comigo o tempo de comentarmos nosso dia.
Que se estou cansado demais para fazer amor, ela não ironize nem diga que “até que durou muito” o meu desejo ou potência.
Que quando quero fazer amor ela não se recuse demasiadas vezes, nem fique impaciente ou rígida, mas cálida como foi anos atrás.
Que não tire nosso bebê dos meus braços dizendo que homem não tem jeito pra isso, ou que não sei segurar a cabecinha dele, mas me ensine docemente se eu não souber.
Que ela nunca se interponha entre mim e as crianças, mas sirva de ponte entre nós quando me distancio ou distraio demais.
Que ela não me humilhe porque estou ficando calvo ou barrigudo, nem comente nossa intimidade com as amigas, como tantas mulheres fazem.
Que quando conto uma piada para ela ou na frente de outros, ela não faça um gesto de enfado dizendo “Essa você já contou umas mil vezes!”
Que ela consiga perceber quando estou preocupado com trabalho, e seja calmamente carinhosa, sem me pressionar para relatar tudo, nem suspeitar de que não gosto dela.
Que quando preciso ficar um pouco quieto ela não insista o tempo todo para que eu fale ou a escute, como se silêncio fosse sinal de falta de amor.
Que quando estou com pouco dinheiro ela não me acuse de ter desperdiçado com bobagens em lugar de prover minha família.
Que quando eu saio para o trabalho de manhã ela se despeça com alegria, sabendo que mesmo longe eu continuo pensado nela.
Que quando estou trabalhando ela não telefone a toda hora para cobrar alguma coisa que esqueci de fazer ou não tive tempo.
Que não se insinue com minha secretária ou colega para descobrir se tenho uma amante.
Que jamais se permita nenhuma alusão, mesmo de brincadeira, seja positiva ou negativa, sobre meu desempenho sexual.
Que com ela eu também possa ter momentos de fraqueza e de ternura, me desarmar, me desnudar de alma, sem medo de ser criticado ou censurado: que ela seja minha parceira, não minha dependente nem meu juiz.
Que cuide um pouco de mim como minha mulher, mas não como se fosse uma criança tola e ela a mãe onipotente, que não me transforme em filho.
Que mesmo com o tempo, os trabalhos, os sofrimentos e o peso do cotidiano, ela não perca o jeito terno e divertido que tanto me encantou quando a vi pela primeira vez.
Que eu não sinta que me tornei desinteressante ou banal para ela, como se só os filhos e as vizinhas merecessem sua atenção e sua alegria.
E que se eu erro, falho, esqueço, e distancio, me fecho demais, ela saiba me chamar de volta com aquela ternura que só nela eu descobri, e desejei que não perdesse nunca, mas me contagiasse e me tornasse mais feliz, menos solitário, e muito mais humano."


Ridículo? Exagerado? Depende dos olhos de quem lê...
A primeira vista pode parecer completamente machista... mas que mal há nisso?? O importante é saber se funciona ou não. E se funcionar...VIVA!!
Estamos muito mal acostumados em pensar que um relacionamento é uma competição onde um sempre ganha e o outro sempre perde. Nunca há perdedores. Os dois ganham sempre, de uma forma ou de outra.
Ora! Não sejamos tão ingênuos. Um relacionamento existe quando duas pessoas querem. É um acordo pré-estabelecido. E engana-se quem pensa que com o tempo passará a ser unilateral. Estar junto de alguém é uma escolha. E como em toda escolha você tem que saber quais são seus deveres e direitos.
Sejamos realistas... para um relacionamento funcionar tem que haver a entrega, a cumplicidade, a empatia... Sem isso, nada feito! Será somente brincar de casinha... e como toda brincadeira... com o tempo perderá completamente a graça.
Antes de se negar a isso, experimente... mas experimente de coração, corpo e mente abertos. Deixe o outro se instalar em sua vida e te conhecer por inteiro, com todos seus defeitos, qualidades, chatices, loucuras, medos...
É necessário toda uma nudez de espírito para que o outro te descubra completamente e se reconheça também em você. O outro se tornará o seu espelho... você querendo ou não. Então que pelo menos você esteja bem apresentável...
Somos muito simplórios e até simplistas em acreditar que a vida realmente é simples. É simples para quem não espera nada novo, e nem de novo. É simples para os que já desacreditam de si mesmos. É simples para os que não se permitem errar. É simples para os que não esperam nada... de nada...
A vida é complicada. E muito. E mais ainda se você não estiver passando por ela sozinho.
Vamos parar de usar rótulos para o que vc é, ou deixa de ser, para o que vc acha ou deixa de achar, para o que vc faz ou deixa de fazer. Temos que descobrir a graça de se conviver com alguém, se entregar a alguém, se mostrar confiante perante o outro. Vamos nos livrar de nossas máscaras, de nossas amarras, nossos traumas... Vamos esquecer de nossas mentiras, parar de fingir que somos perfeitos. Nós não somos!! E o outro também não!! Está vendo?? A começar por aí já descobrimos que temos alguma coisa em comum...
Não interessa o que somos - homem ou mulher – mas sim como vamos aproveitar o que somos em benefício do outro. Temos que aprender a não esperar do outro o que a gente também não dá. Tudo tem que estar em harmonia, em sinergia, em compasso... como as ondas no amar... Damos o que recebemos... Recebemos o que damos... Isso sim é simples.
Quero aprender sempre mais a ter esta capacidade de fazer pelo outro, ser para o outro, achar do outro... o que quero para mim. Sem rótulos, sem machismo, sem falsas ou equivocadas definições, sem competições, sem falsidades, sem prêmios, sem decepções, sem cobranças...
Pode parecer completamente inaceitável, ou até mesmo ultrapassado, mas quando estamos com alguém que gostamos tudo se torna natural e então tudo é possível e permitido, tudo é bonito aos nossos olhos, nada é excesso...
E aí sim, quando atingimos esse ponto, então somos, sem nenhuma vergonha, completamente ridículos e exagerados... com muito orgulho...

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