Desejos, Segredos e Cia...

Thursday, January 19

Ser... e somente ser...

A mulher que existe em mim... não tem limites nem medidas, quer somente ser feliz! Se alimentar de paixão, sonhar sim, mas com os pés firmes no chão... Eu sou alguém que ainda não é, vou para onde não sei, sou não e sou sim, corro quando estou parada, estou junto e longe de mim, sou pecado e virtude, não tenho destino e nem rumo... Fujo do que espero, não quero o que quero, vou para onde não vou... Há várias em mim. Sou vencida e vencedora, sou amante e amadora, sou felicidade e tristeza, menina e mulher... Sou o que desconheço, o que ainda está por vir. Eu sou como o vento que em um movimento lento caminha por rumos incertos sem culpa, vagueia à procura de lembranças boas, rodopia por entre sonhos inquietos, desvia da insegurança e se transforma em pensamento...Sou uma mistura de dúvidas, medos, vontades, escolhas e opostos que brigam entre si e se complementam o tempo todo. Minha alma se constitui de sorrisos largos e choros amargos. A intensidade é o meu caminho e me invade a todo momento, sou um pouco do que sou e do que não quero ser... sou um pouco de tudo e também... sou nada... Existo entre o céu e a terra... entre o sol e a lua... e nas ondas do mar... Sou o começo do dia, o entardecer, a escuridão... uma mutação constante de cores, tons e sons. O meu tempo vive parando para me esperar... porque será?! Nem a minha loucura me obedece... Vivo como alguém que se perdeu e quero me encontrar quando estou fugindo de mim mesma, de tudo e... de todos. Não sei onde começo e nem onde acabo. Mas existo e sou o que sou além do que suporta meu espaço finito. Eu sou eu e sou diferente... sou dois pedaços de gente que vivem sempre a lutar, e só sou eu então... se o meu eu me deixar...

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade; sei lá de quê!"
(Florbela Espanca)

4 Sussurros:

  • At Friday, January 20, 2006, Anonymous Anonymous said…

    Por que temos essa eterna necessidade da busca, da definição mesmo que indefinida de nos traduzirmos em palavras? Somos isso e muito mais do que isso! Às vezes nada disso é suficiente, às vezes é muito mais do que somos simplesmente... simples... verdadeiras... mulheres!

    Parabéns Paula! Adorei teu texto!!!

    Bjos;

    Dani.

    PS: Assim que estiver de casa nova eu te aviso, ok? Estou fazendo umas reforminhas por lá ;)

     
  • At Friday, January 20, 2006, Anonymous Anonymous said…

    Quando li esse texto da Florbela, tive a sensação de estar lendo a minha alma...
    Será que algum dia conseguiremos alcançar a calmaria d'alma......?

     
  • At Friday, January 20, 2006, Blogger Luciano Marra said…

    Conflitos, ser ou parecer? Sei não.. minha única certeza é o calor rs. Bjs.

     
  • At Thursday, February 16, 2006, Blogger Sweetlika said…

    Meninas, este para mim é o "q" da questão... a complexidade da existência, principalmente para nós mulheres (sem machismos, é lógico). E Lu... tsc, tsc, tsc... deu para perceber que vc não é mulher. Rsrs... Beijos.

     

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