Desejos, Segredos e Cia...

Monday, January 23

Encontros, desencontros e reencontros...


Ultimamente, tenho pensando em quantas pessoas interessantes e muito queridas já tive o privilégio de conhecer. Muitas ainda continuam a compartilhar comigo a minha estrada e outras se perderam entre tantas curvas, derrapagens e buracos. Sempre fui muito exigente comigo e também com os que me cercam. Tenho o defeito de querer sentir a vida com intensidade demais em todos os segundos... nas amizades, no amor, nos sonhos... e isso na maioria das vezes assusta e gera alguma decepção. Sei que encontrar pessoas é inevitável. Faz parte da nossa existência. Estamos sempre conhecendo pessoas, com as quais interagimos. Mas encontrar pessoas interessantes é uma tarefa bem mais complicada e menos corriqueira. Tanto é verdade que posso contar nos dedos as pessoas que realmente gosto e que fazem parte do meu restritíssimo círculo de convivência. E isso não é sinal de arrogância. Eu simplesmente prefiro assim. Nunca gostei da idéia de ter muitos amigos “mais ou menos”. Sempre quis ter os melhores amigos... daqueles irrepreensíveis... quase perfeitos... em que se pode confiar cegamente. Nunca fui uma simples “colecionadora de figurinhas”. Seguir esta vertente me incomoda a ponto de me entristecer... pois não gosto de estar inserida num estado latente e iminente de deslealdade. Digo isso, porque ao conhecer tantas pessoas somos incapazes de identificar rapidamente todas as qualidades que carregam. Isso leva tempo... Exige doses extras e ilimitadas de percepção para conhecer um pouco mais que alguns fragmentos de sua totalidade. As pessoas são singulares diante de suas particularidades... que nós embevecidos descobrimos por trás de cada olhar, cada sorriso, cada gesto, cada palavra. E penso que esse é o motivo que nos faz querer por perto os que têm algo para somar à nossa bagagem, os que nos fazem bem, os que nos tornam melhores, os que nos emocionam, os que nos surpreendem... Precisamos dessas surpresas que nos comovem e nos entrelaçam sempre mais. Amigos de infância... amores platônicos... amizades perdidas pelo caminho... Na vida estamos sempre levando e deixando as pessoas. Algumas nos acompanham por longas datas. Outras, perdem-se rapidamente de nós e... em nós. E isso é triste mas também inevitável...
Por estas razões, quando acontece, o reencontro se torna tão mágico. É como se a vida nos presenteasse, nos desse uma segunda chance para resgatar e explorar ao máximo aquela amizade que por vários motivos foi interrompida... Reencontrar é relembrar sentimentos, dar vida às lembranças, refazer os laços desfeitos. E então passamos a re-conhecer as pessoas e perceber o que mudou... já que ninguém estaciona no tempo. As experiências, os saberes, as vontades, os sonhos, as realizações, a sua nova forma de existir... são então redescobertas. E isto é, sem sombra de dúvidas único, e também, bastante prazeroso.
A vida apesar de sua fragilidade se mostra cada vez mais impaciente e ambiciosa. O que pode, às vezes, nos tornar cínicos, gananciosos e egoístas. Não deixemos que o futuro seja tão incerto e insuportável a ponto de nos fazer esquecer o que é importante. Reencontrar alguém é uma oportunidade raríssima. É um presente doce do destino...
Vamos resguardar nossa pureza... resgatar nossa inocência. Os amigos, distantes ou não, são o nosso melhor presente. Não esqueçamos de celebrá-los com um gostoso brinde. No mínimo receberemos em troca um maravilhoso e enorme sorriso.

"A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida." (Vinícius de Moraes)

1 Sussurros:

  • At Tuesday, January 24, 2006, Anonymous Anonymous said…

    Uau q texto hein...palavras sabias e encantadas...esse texto tá lindo,perfeito,magnifico...

    E sua pagina tá kda dia + linda!!!

    bjus

     

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