Desejos, Segredos e Cia...

Wednesday, May 17

Enxergar além...


É impressionante como o tempo passa rápido. Vários sonhos e vontades são abandonados em função da falta de tempo.
Desistimos de entender nossas dúvidas, de perguntar por elas e até mesmo de ouvir respostas. E descaradamente deixamos que o que nos move fique esquecido em algum lugar até se desintegrar... e sumir para sempre. Quase sempre.
Por que a vida tem que ser tão padronizada? Será mesmo tudo tão óbvio diante da imensidão em que estamos inseridos?
Aprendemos a acreditar que nossas existências são finitas. E por isso esquecemos de lutar por nossa paz e equilíbrio. E então desistimos… desistimos de nós mesmos, dos outros, de tudo.
Passamos a viver num estado latente de completa e proposital ignorância. E com isso nossa alma se apequena, nossos gritos internos se calam, nossos olhos se fecham em uma dormência pungente.
Nos acostumamos a viver no vácuo dos acontecimentos... esperando sermos capturados... agarrados pelo destino. E assim nosso amor também se torna condicional… ao tempo.
Perdemos a esperança de sermos algo novo todos os dias. Nos tornamos frios. Insensíveis, relapsos. Sem capacidade nenhuma de demonstrar amor.
E o nosso amor para se defender, parece se endurecer querendo ser outra coisa. Não se contenta mais em ser o que é… Não quer ser mais calmaria. Quer ser bravo, quer ser descomedido, quer lutar pelo que não tem certeza, quer mudar, andar por caminhos desconhecidos até se esgotar. Até passar a sentir medo… E até se descobrir ódio. Ódio que não sabe porque é e porque existe assim.
Perdemos a capacidade de crer no que é invisível aos olhos. Perdemos a capacidade de sentirmos nossos próprios sentidos. E então nem toda compreensão é suficiente para digerir os pedaços até a completa dissolução em significados.
E aí o que é inevitável acontece. Já não mais nos encontramos. Já não mais nos vemos. Já não nos reconhecemos. Perdemos nossas referências, nossos rumos, nossas motivações e entusiasmo. E todo dia é qualquer dia. Todo lugar é qualquer lugar. Toda hora é qualquer hora. Toda pessoa é qualquer pessoa. E com toda essa pressa… toda essa turbulência nem lembramos que tudo aquilo antes era o ideal. Tudo aquilo antes tinha importância.
Nesse momento nossos olhos se descobrem cegos, sem capacidade nenhuma de perceber as cores vibrantes daqueles sonhos, paixões e alegrias que antes coloriam nossas manhãs, nos fazendo recomeçar entusiasmados…
Afinal eram eles os que tinham o poder de nos fazer desistir dos nossos medos, ódios e pesadelos… porque enxergávamos com os olhos da alma. E está... fugiu… foi se esconder, com medo dos próprios tons sombrios que adquiriu.
Temos que aprender a fazer o tempo se tornar infinito mesmo ele insistindo em definir limites. Temos que conseguir transformar a fantasia em sonho, mais ainda, quando ela quiser continuar sendo pesadelo.

4 Sussurros:

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