Desejos, Segredos e Cia...

Friday, April 7

Amores extremos...


E por ter ouvido todas as palavras ditas ela pôde refazer todos aqueles caminhos que sabia serem mesmo confusos. Foi assim... relembrando coisas do passado que ela finalmente entendeu. Tinha o direito de escolha em tudo o que acontecia. Mas isso não garantia que o caminho escolhido fosse realmente o melhor. De onde ela se encontrava sentiu o perfume da cumplicidade. E aquele perfume era melhor que qualquer outro.

Ela achou que fosse uma mulher forte mas deixou-se levar pela paixão... E descobriu da pior maneira que não mais tinha controle de si mesma. Tinha ultrapassado todo o limite da sanidade. E atingia o extremo da inconsciência. Não podia encontrar nenhum equilíbrio em todo aquele excesso. Ficou tatuada na sua mente aquela imagem distorcida dos fatos. Sem nem desconfiar acabara cometendo os mesmos erros que criticava nas outras pessoas.
Descobriu da pior maneira que o que acreditava era mentira. Junto com aquele amor enaltecido sentia também ciúme, medo, angústia, descrença, dor... Se sentia asfixiada por tantos sentimentos extremistas e misturados. O que achava ser amor já não era mais... Aquele falso amor já não precisava mais de metáforas diante de tanta insensatez, exagero e falta de controle. Tinha se acostumado a inventar desculpas, argumentos e justificativas para continuar com aquela loucura, repetindo atos semelhantes que se baseavam, cada vez mais, em pensamentos deturpados. E então se viu vivendo num mundo de ilusão com medo da própria realidade. Fugindo de sua desprezada coerência.
Diante de tamanha ilusão, quem estava sobre o pedestal, naquele altar imaculado, finalmente despencara e ela também desmoronou. Tornou-se vazia... despedaçada. Se debateu não querendo escutar ou entender nada. E foi necessário um longo período até que alcançou um tênue momento em que o amor-próprio falou mais alto e conseguiu trazê-la de volta do limbo.
O gosto amargo da dor na boca ainda era sentido mas a consciência já tinha permissão para respirar um pouco enquanto o tempo se encarregava de varrer toda a poeira e teias acumuladas, trazendo de volta sua esperada dignidade.

Nem todos passam por esse tipo de amor mas os que conseguem sobreviver a um nunca esquecem das lições que foram aprendidas à força, e de mãos dadas com a dor. Esse tipo de amor nunca termina bem mas se saímos dele com a nossa esperança reestabelecida então podemos nos sentir vitoriosos por enxergarmos entre tantas cinzas um horizonte colorido. Que é real, nos enche de luz e nos aquece com o calor de uma manhã de céu azulado e sem nenhuma nuvem.
Apesar dos sonhos caídos, das esperanças divididas, do destempero e das lições de amargura descobrimos que amores extremos não são almas gêmeas porque ao invés de completar, arruinam e nos levam a cometer atos tresloucados... por estarmos temporariamente desmedidos. Esses amores extremos nunca nascem para durar. Mas nos preparam para sermos mais fortes e resistentes à um outro amor avassalador que possa nos pegar desprevenidos.
E a recompensa? Ah! Essa está logo ali... onde menos esperamos e ainda não podemos enxergar... Basta deixar ela se aproximar... com calma, tranqüilidade e simplicidade. Mais do que o fogo da paixão... esse amor calmo aquece o coração, o corpo, os pés... e acima de tudo traz de presente o alívio da alma ainda dolorida.

1 Sussurros:

  • At Saturday, April 08, 2006, Blogger Clarissa said…

    E no entanto Sweetlika...há algo que mesmo depois de o amor acabar ninguém pode tirar...as lindas recordações da imensidade do que se viveu...
    Beijocas grandes :)

     

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