Desejos, Segredos e Cia...

Friday, February 24

Incomensurável AMOR...


Têm pessoas que são mesmo um presente. Daqueles que a gente sonha mas não espera ganhar. E quando ganha chora por achar não merecer.
São essas pessoas as capazes de mudar o mundo e a forma de se perceber as coisas. São as que têm poderes para transformar o amor que sentimos, tornando-o supremo, purificado, fortificado e libertador. São essas pessoas que fazem a vida valer a pena. E merecem todo o nosso amor.
O amor que sinto é verdadeiro. Muitas vezes confuso. Cheio de defeitos. Mas de forma alguma alheio.
Não é dissimuladamente perfeito... Mas me torna perfeita. Me enxerga perfeita.
O meu amor insiste em me tornar melhor. Em me desculpar. Em recomeçar. Em me fazer feliz... Este amor que escuta o meu silêncio, presencia minhas mutações, participa das minhas inquietações, perdoa a minha renitência, compartilha do meu pranto, desmistifica as minhas amarguras, aprecia a minha ambivalência, venera a minha excitação... me torna mulher. Amada. Chama sempre acesa...
Já não posso mais existir sozinha, faltaria um pedaço de mim. O melhor pedaço sem dúvida alguma.
A minha alma encantada se ilumina diante da sua devoção. Vibra. Meus olhos se tornam cintilantes. Meu sorriso se entrega fácil. E isso porque seu calor me aquece, sua presença me enobrece, seu brilho no olhar me emociona. Sua paz me contagia...

Posso, algumas vezes, andar perdida por meus caminhos; posso sofrer com minhas opções; posso perder tempo insistindo em erros... mas sempre me levo de volta ao meu porto-seguro; onde arremesso confiante minhas âncoras (sim! tenho mais que uma!).
Já nos pertencemos e não mais nos preocupamos em saber onde começa um e termina o outro. Escolha nossa. Rendição nossa. Cumplicidade... Vulnerabilidade...
Inevitavelmente me sinto embevecida, um pouco envergonhada. Mas sem culpa. Aqui não preciso de disfarces. Na verdade me sinto lisonjeada, infinitamente... Sou agradecida por este amor que me permite ser eu mesma ao mesmo tempo que me engrandece. Sem cobranças.
Minha emotiva entrega não é despropositada... No cartão entregue por ele, escrito em linhas negras...

”Se eu pudesse compraria a Lua para você...
Se eu pudesse te daria todas as estrelas...
Se eu pudesse o mundo seria somente seu...
O que posso é estar ao seu lado, sempre!...”

Obrigada por querer desvendar meus mistérios e entender meus pecados...

Eu simplesmente amo você, meu amor.

"... Mas amar-te, sem medida, e ficar na tua vida da maneira mais discreta que eu souber... Sem tirar-te a liberdade. Sem jamais te sufocar. Sem forçar tua vontade. Sem falar quando for hora de calar, e sem calar, quando for hora de falar. Nem ausente nem presente por demais, simplesmente, calmamente, ser-te paz..." (P.Z.)

Wednesday, February 22

Retoques na paisagem...


ESCREVER. Para então pensar...
PENSAR. Para então conhecer...
CONHECER. Para então crescer...
CRESCER. Para me desvendar...
VIVER.

Chove lá fora. E a violenta enxurrada leva embora os meus medos. Aqui dentro a paz se regala. Chuva e lágrima. Chuva e paz. Ouço os sons estrondosos que fazem tremer o meu coração. Som que me ensurdece... O clarão reflete a minha silhueta. Luz que me desvenda...
Por que pensar? Para que entender? Para que saber? Por que chorar?
Como ser sem nada precisar ser?
Meu cachorro me interpela com um olhar inquisidor. A música que toca vem direto da minha alma. Meu reflexo no espelho some aos poucos, insistindo em me confundir... Converso com meus fantasmas. Dou a mão para as minhas esperanças. Fecho a porta para as minhas dúvidas, trancando-as do lado de fora. Já não chove mais...
E então o arco-íris sorri para mim... enquanto me pincela com suas cores em uma releitura de cena bucólica.

Para não me perder preciso escrever.
Escrevo como se cantasse no escuro para afugentar meus medos. Exorcizar meus demônios. Temas insistentes se repetem. Perguntas freqüentes se perpetuam. Inquietações que me perseguem... Quero esmiuçar meus pensamentos até não poder percebê-los mais a olho nu. Minha existência não se move em águas tranqüilas e por isso a calmaria é rara em mim. Preciso dar ouvidos às minhas ondas revoltas; espiar através das minhas frestas; espreitar as sombras que se apoderam da minha alma – ou será que aquela é a minha própria imagem distorcida e refletida na marola superficial da minha existência?
Escrevo para me salvar. Me salvo enquanto escrevo. Me alivia exteriorizar as minhas perplexidades enquanto ser humano. Enquanto mulher... Simplesmente me descubro sendo mãe de tudo o que existe dentro de mim, como filhos prováveis.
Não existo somente. Acho isso medíocre. Comum demais...Uma necessidade impulsiva de querer decifrar a vida me domina. E então me recolho para perseguí-la. Preciso observar de perto.
Realmente, minha paisagem interior se encontra borrada como numa pintura impressionista inacabada. Momento de retoques...

Tuesday, February 21

Sem espera...


E quando menos esperar
Aqui eu vou estar...
Molhada de suor, a alma lavada
Rosto corado, um alívio na voz.
As cores então tingirão as sombras.
Quando menos esperar
Poderá novamente me encontrar
Entre sonhos doces, cruel realidade.
Então saberá, sem demora,
Que já não sou mais o que esperava.

Amar e só amar...
Todos, alguém e até mesmo ninguém.
Quero mais, sou mais,
Tenho mais, vivo mais
E não mais te espero...
Sem precisar de aplausos
As ilusões se dissipam...
Me encerro em sua vida e
Me perco corajosamente na minha...
Finalmente.
(P.C.)

... E minha lembrança se perdeu no tempo como num passe de mágica...

Monday, February 20

Entre beijos...


Tem algo melhor do que beijo??
Aquele beijo que começa num biquinho, chega de mansinho e se acaba num toque??
Talvez o beijo devesse ser forma de pagamento. Moeda de escambo. Para ser dado e trocado a todo momento.
Deveria ser como as lúdicas bolhinhas de sabão que viajariam pelo ar para então presentearem os sortudos desavisados. Beijos deveriam ser guardados em caixinhas secretas. Beijos deveriam ser enviados em cartas para alegrarem a pessoa distante. Beijo deveria ser sentido pelo telefone. Beijo deveria ser quitanda nas docerias. Beijo deveria deixar nosso corpo todo iluminado... em faíscas.

Beijo doce. Beijo inocente. Beijo manso.
Beijo chupado. Beijo molhado. Beijo sedutor.
Beijo apressado. Beijo alucinado. Beijo excitado.

Seria bom mesmo se fosse assim. Mas não é...
O beijo é infinitamente especial, particular e bem seletivo. Temos que oferecê-lo a alguém que realmente achamos merecer. Temos que escolher em quem dá-lo como se fosse um presente extremamente raro, delicado e como não dizer... frágil.
E provavelmente seja melhor assim mesmo: nem tão anônimo, nem tão fácil ou sem motivo, nunca forçado, por mais que possa ser pedido. De certo modo... exclusivo. É fundamental que seja leve, singelo, único... além de desejado. Como se representasse o reflexo da delicadeza particular de quem o dá.

O beijo permite que a insanidade nos invada por alguns instantes... despertando um enorme prazer, que valerá mais... muito mais... que a lucidez de uma vida inteira.

...Um anjo vem me beijar...

Intermitentes PECADOS...


Como não ser pecadora num mundo cheio de tentações?
Pecado... culpa... castigo... perdão... A minha consciência reprimida muitas vezes me aponta o dedo e me faz sentir culpada. Culpada por ser eu mesma.
Não tenho religião definida mas acredito em várias coisas e desacredito de tantas outras. Não sigo nenhuma vertente e nem aceito rótulos. Tenho minhas manias, meus rituais, minhas superstições mas o fanatismo se torna repugnante aos meus olhos. Não sou adepta do Catolicismo que exagera em seus símbolos, poda a liberdade e se nega a se atualizar. A minha razão não suporta aquelas religiões onde todos gritam, berram, se lamuriam de forma assustadora como se Deus fosse surdo. Deus deve ouvir nossos pensamentos e não nossas palavras. Os espíritos já tentaram me comover ou assustar mas ainda não me convenceram a partilhar de seus eventos. O Budismo se torna prepotente demais... a Cientologia... confunde o que acredito... Candomblé, Umbanda... muito dramáticos... A Wicca me alegra, apesar de que também perceba algumas imposições e até alguns exageros. Os anjos me tocam com seus sinos e asas... Entretanto, nada me convence e me arrebanha integralmente.
Às vezes, penso que sou uma perdida... espiritualmente; apesar de que rezo e converso com o Deus que estranhamente se materializa em meus pensamentos, enquanto peço perdão para todos os meus eventuais pecados. Pecados estes que nem sei porque o são. Por que? Por que alguém disse que seriam para nos impedir de vivenciar nossos desejos e nos esbaldar entre tantas tentações?
Eu cometo muitos erros. Um atrás do outro. E até vários ao mesmo tempo. E por isso mesmo devo ser uma pecadora... incurável.
Eu simplesmente amo... E ao amar cedo à uma overdose de sensações... que me torna mais pecadora ainda. Esse venerado amor me confunde e dissipa completamente minhas forças. Me leva à um interminável, ridículo e cansativo estado de soberba. Doloroso orgulho... Inconscientemente me perco em meus desejos e então passo a ser uma mesquinha avarenta. Alucinante cobiça... Que me confunde e permite surgir o insistente e irracional ciúme... de pessoas, coisas, situações... Ao sentir ciúme posso me tornar completamente irascível. Doses homeopáticas de cólera... E esta ira me domina e me conduz apressadamente à bulímica gula e isto, ao mesmo tempo em que a inveja me cega, fazendo-me me perder de mim mesma... Destruidora possessão... Então me canso e me entrego à dissimulada preguiça... saborosa negligência... Me torno cada vez mais fraca... Previsivelmente... e finalmente me entrego à melhor de todas as tentações... latente... e me permito toda a luxúria que conseguir suportar. Escandalosa lascívia... E isso se repete infindáveis vezes. Dependendo do meu estado de espírito, da minha fragilidade momentânea...
Simplesmente, caminho entre os insaciáveis intensos de alma...
Acho que o meu anjo mau está me espreitando. Conspirando contra mim (ou será a meu favor?)... me testando... me induzindo a continuar neste meu inconsciente estado de transe. Até o dia que virá se apresentar... para me buscar... e como sentença, me aprisionar no lado oposto do Éden.

Thursday, February 16

SÓ SE VALER A PENA...


Sempre fui muito exigente. E com o tempo me tornei cada vez mais... após tantas decepções, desencantos e mágoas.
E, provavelmente, por este motivo seja difícil me contentar...
A constante vontade por tudo sempre me deixou inquieta, me causando também um certo orgulho. Até o momento que pude então entender que algumas coisas e pessoas simplesmente não valem a pena. E isso não tem nada a ver com moralidade, consciência ou motivação. Tem a ver com o vazio persistente. A falta de porquê, de essência ou utilidade.
Errar muitas vezes é estupidez. E o esperar torna este erro mais avassalador ainda... uma confusão de paciência com covardia... O que importa mesmo é a ação, a razão, o motivo.
E por isso já joguei coisas e pessoas no lixo. Inúteis. Insignificantes. Algumas vezes, analisando antes o real propósito até obter absoluta certeza. E outras vezes movida apenas pelo meu lado espontâneo, irracional e impulsivo.
Agora, aprendi que presentear com minha atenção a quem não se importa, de forma alguma vale a pena. Nem querer amizade... E muito menos ainda pedir amor... Terrível dor de cabeça resultante de uma horrorosa ressaca. De bebida ruim. Pura ignorância perder tempo com ignorantes. E ser ignorante à esta altura seria um insistente desperdício do precioso tempo.
O antes desaparecido bom senso finalmente reapareceu e me devolveu a paz que estive prestes a perder... Não quero mais me confundir. A minha calma só sobrevive na cama. Enquanto durmo... e olhe lá.
Sei que a paciência é a maior virtude. Mas a quero do outro lado da rua.
Onde o que não me interessa não pode mais me incomodar.
Quero distância de gente ultrapassada. Trancada demais. Sem palavras. Egocêntrica. E isto faz com que me venha à mente a ridícula e frugal expressão "a fila anda"... Anda para se chegar e também partir... Redundante dizer.
Nada pode ser mais insuportável que gente que não diz o que sente. E também que não sente e não diz. Que se deixa iludir por uma desejada mas inexistente onipotência. Covarde para arriscar. Equivocada para prosseguir.
Não dá para confiar em gente que existe somente por existir...
Com certo enjôo atravessei o momento que minou minha vontade de persistir. Mesmo sem eu querer.
Para mim... tem gente que simplesmente... não vale a pena.

E ENTÃO A LOUCURA...


Onde estão os loucos?
Os loucos uns pelos outros...
Os loucos de loucura boa, divertida
que em seus rompantes contagiam com sua alegria,
tornando o mundo bem melhor.
Onde estão os loucos pela vida?
Que mais do que por trabalho são loucos por gente.
E os loucos de coragem, de ânimo, de inspiração?
Que não perdem a chance de fazer o outro mais feliz.
Onde estão os loucos poliglotas?
Que apesar da fluência nas línguas sabem também
falar a linguagem do amor, da compaixão,
do respeito, do companheirismo.
Me diz onde estão os loucos de amor!
Daquele amor que desperta, que quebra clichês,
que impera, ocupa seu lugar, que transcende
e até sufoca de tão bom.
Aproximem-se loucos!
Insanos.
Nos ensinem como entender e
transformar em grandes verdades a vida...
e não somente passar por ela
sem nenhuma loucura...
" O amor é a loucura mais certa, que os certos mais loucos são capazes de cometer." (ds)

Miscelânea...


"Os Sentimentos Humanos certo dia se reuniram para brincar. Depois que o Tédio bocejou três vezes porque a Indecisão não chegava a conclusão nenhuma e a Desconfiança estava tomando conta, a Loucura propôs que brincassem de esconde-esconde. A Curiosidade quis saber todos os detalhes do jogo, e a Intriga começou a cochichar com os outros que certamente alguém ali iria trapacear. O Entusiasmo saltou de contentamento e convenceu a Dúvida e a Apatia, ainda sentadas num canto, a entrarem no jogo. A verdade achou que isso de esconder não estava com nada, a Arrogância fez cara de desdém pois a idéia não tinha sido dela, e o Medo preferiu não se arriscar: “Ah, gente, vamos deixar tudo como está”, e como sempre perdeu a oportunidade de ser feliz. A primeira a se esconder foi a Preguiça, deixando-se cair no chão atrás de uma pedra, ali mesmo onde estava. O Otimismo escondeu-se no arco-íris, e a Inveja se ocultou junto com a Hipocrisia, que sorrindo fingidamente atrás de uma árvore estava odiando tudo aquilo. A Generosidade quase não conseguia se esconder porque era grande e ainda queria abrigar meio mundo, a Culpa ficou paralisada pois já estava mais que escondida em si mesma, a Sensualidade se estendeu ao sol num lugar bonito e secreto para saborear o que a vida lhe oferecia, porque não era nem boba nem fingida; o Egoísmo achou um lugar perfeito onde não cabia ninguém mais. A Mentira disse para a Inocência que ia se esconder no fundo do oceano, onde a inocente acabou afogada, a Paixão meteu-se na cratera de um vulcão ativo, e o Esquecimento já nem sabia o que estavam fazendo ali.
Depois de contar até 99 a Loucura começou a procurar. Achou um, achou outro, mas ao remexer num arbusto espesso ouviu um gemido: era o Amor, com os olhos furados pelos espinhos. A Loucura o tomou pelo braço e seguiu com ele, espalhando beleza pelo mundo.
Desde então o Amor é cego e a Loucura o acompanha.
Juntos fazem a vida valer a pena – mas isso não é coisa para os medrosos nem para os apáticos, que perdem a felicidade no matagal dos preconceitos, onde rosnam os deuses melancólicos da acomodação." (Martha Herzberg)

E peço permissão para complementar:
Isto é coisa para os que amam loucamente... para os que ao amar enlouquecem...
É coisa para os corajosos, para os curiosos, para os incansáveis, para os menos egoístas, para os que se permitem mais na vida... Para os que apesar de saber que correm enormes e constantes riscos de serem ridículos novamente, ainda assim se permitem toda essa profusão de sentimentos... aprendendo e ensinando um pouco mais... a cada nova vez...

"O que mais é o amor? A mais discreta das loucuras, fel que sufoca, doçura que preserva". (W. Shakespeare )