Desejos, Segredos e Cia...

Wednesday, February 22

Retoques na paisagem...


ESCREVER. Para então pensar...
PENSAR. Para então conhecer...
CONHECER. Para então crescer...
CRESCER. Para me desvendar...
VIVER.

Chove lá fora. E a violenta enxurrada leva embora os meus medos. Aqui dentro a paz se regala. Chuva e lágrima. Chuva e paz. Ouço os sons estrondosos que fazem tremer o meu coração. Som que me ensurdece... O clarão reflete a minha silhueta. Luz que me desvenda...
Por que pensar? Para que entender? Para que saber? Por que chorar?
Como ser sem nada precisar ser?
Meu cachorro me interpela com um olhar inquisidor. A música que toca vem direto da minha alma. Meu reflexo no espelho some aos poucos, insistindo em me confundir... Converso com meus fantasmas. Dou a mão para as minhas esperanças. Fecho a porta para as minhas dúvidas, trancando-as do lado de fora. Já não chove mais...
E então o arco-íris sorri para mim... enquanto me pincela com suas cores em uma releitura de cena bucólica.

Para não me perder preciso escrever.
Escrevo como se cantasse no escuro para afugentar meus medos. Exorcizar meus demônios. Temas insistentes se repetem. Perguntas freqüentes se perpetuam. Inquietações que me perseguem... Quero esmiuçar meus pensamentos até não poder percebê-los mais a olho nu. Minha existência não se move em águas tranqüilas e por isso a calmaria é rara em mim. Preciso dar ouvidos às minhas ondas revoltas; espiar através das minhas frestas; espreitar as sombras que se apoderam da minha alma – ou será que aquela é a minha própria imagem distorcida e refletida na marola superficial da minha existência?
Escrevo para me salvar. Me salvo enquanto escrevo. Me alivia exteriorizar as minhas perplexidades enquanto ser humano. Enquanto mulher... Simplesmente me descubro sendo mãe de tudo o que existe dentro de mim, como filhos prováveis.
Não existo somente. Acho isso medíocre. Comum demais...Uma necessidade impulsiva de querer decifrar a vida me domina. E então me recolho para perseguí-la. Preciso observar de perto.
Realmente, minha paisagem interior se encontra borrada como numa pintura impressionista inacabada. Momento de retoques...

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