Imperfeito amor...
No dia-a-dia, na vida real, os amores não são fáceis e encantados como nos contos de fadas onde as mocinhas acorrentadas e indefesas aguardam serem salvas por seus másculos e corajosos príncipes. Todos os envolvidos, você e a pessoa escolhida para ser amada, são concretos, reais... cheios de defeitos mas também de qualidades.
À medida que o tempo passa enxergamos com maior amplitude e quanto maior o horizonte de possibilidades maior também as exigências que fazemos. Por não as alcançarmos, é mais fácil fazer com que nossas expectativas vivam acomodadas somente dentro de nossos corações. E por isso nos contentamos em viver sozinhos.
Ter opções para escolher já é difícil. E ter mais que uma opção faz nosso coração se confundir e se dividir para escolher. E realmente é difícil ter que escolher alguém a quem iremos dedicar todo nosso afeto. Todos nós, sem exceções, em algum momento, vamos participar deste leilão inevitável e insensato de amores... com direito a lei da oferta e demanda... umas vezes você procura, outras se oferece, e muitas, muitas vezes entra em promoção...
No mito do amor romântico o amor é todo poderoso e sempre vence a intransponível altura das torres, as madrastas malvadas, as maçãs envenenadas, os dragões furiosos... E aquele esperado beijo simboliza a finalização de todo este processo de busca, de sacrifício, de luta... metáfora do sonho humano... de um dia descansar finalmente nos braços de um eterno amor. Amor e paz. Mas a vida real... é mesmo real... sem fantasias... onde os príncipes e princesas não são tão belos e valentes, os cavalos não são tão brancos e os finais não são tão felizes e eternos assim.
O amor não existe assim tão estável. Ele só é possível mesmo quando entendemos sua precariedade. Somos uma mistura de qualidades e defeitos, belezas e feiúras, bondade e maldade, erros e acertos. O amor passa a ser real somente quando descobrimos o que nós e o outro temos de melhor e pior. Sem nos deixarmos cegar pelo que acreditamos ser verdadeiro ou possível numa projeção de nossas carências e idealizações.
1 Sussurros:
At Monday, March 13, 2006, Luciano Marra said…
Bom... acho que me expressei a respeito no "Uma Verdade sobre as Princesas" rs. Pode me bater hehehe.
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