Desejos, Segredos e Cia...

Wednesday, December 28

Para encerrar o ano...


Mais um fim de tarde... o crepúsculo... a minha hora preferida do dia... O sol se punha colorindo o céu com um misto de cores... em vários tons de laranja, rosa e lilás... com uma certa preguiça... bem lentamente... como se soubesse que inspirava alguém... É o momento mais sombrio, mais melancólico e angustiante do dia, quando a escuridão e os mistérios da noite vão invadindo sem pedir licença e só se encerram com o nascer da Lua. E com esta visão passei a pensar em todo o ano que já está por um fio. Eu não acredito muito nessa crença de ano novo vida nova mas, acredito sim, que tudo possa ser bem melhor. Não desejo nada de muito diferente do que rotineiramente ronda minhas expectativas e desejos. Mas seria muito bom um pouco mais de calmaria. Deste ano que acaba levo alguns momentos inesquecíveis, poucas lições, muitas ilusões, um pouco de saudade e muitos sonhos inalcançáveis, que ainda estão guardados até eu ter a coragem de arremessá-los em um lixo qualquer. Sempre tive muita dificuldade em simplificar as coisas e, por isso, sempre me apego aos detalhes. Detalhes que, às vezes, somente eu percebo. Sei que nossa natureza é livre, não temos destino certo, somos sempre levados pela vida... de forma que nossos corpos e nossas mentes acabam sempre se adaptando às suas formas e exigências. A formação da nossa personalidade depende de toda a nossa bagagem, nossos aprendizados, erros e acertos... e muito do que somos se deve às pessoas que passam por nossas vidas, aos encontros que temos, ao que nos permitimos. Funciona como uma troca. Cada um dá aquilo que pode, recebe aquilo que prefere e é isso que nos faz crescer ou diminuir enquanto pessoas, dependendo dos encontros e desencontros que experimentamos ao longo do caminho. Neste ano que se acaba procurei me sentir em todas as minhas facetas, em todos os locais, nas amizades, no amor, nos meus momentos de solidão, na minha loucura. Tentei me transformar preservando a minha essência, desisti de fingir, aprendi a falar o que sinto, o que não gosto, cansei do medo da reprovação alheia para descobrir que o que realmente importa é a minha auto-aprovação, a minha satisfação própria. Evidentemente, ainda tenho muito o que descobrir e, redescobrir, na minha vida. Muitos sonhos e ilusões já foram abandonados e a vida ainda continua me parecendo apetitosa, deliciosa demais e assim sendo não posso, simplesmente, ignorá-la. Por isso, às vezes, sinto necessidade de perder a compostura e tomá-la num só gole ... sem me preocupar em saber se estou sendo sensata... e mesmo sabendo que posso me engasgar com suas imprevisibilidades e inseguranças. Meus sentidos que antes estavam voltados para as incertezas do que ainda está por vir agora dão lugar às surpresas e ao improvável do hoje. E aqui estamos nós tateando no escuro, buscando nossos caminhos, vagando pela vida, nos difundindo, esparramando, deixando nossas marcas. E apesar de todas as dificuldades e medos continuamos seguindo, deixando e levando saudades, absorvendo um pouco dos outros e presenteando com um pouco de nós.
Deposito assim em 2006 um punhado de esperanças... sem buscas incessantes, sem fugas desvairadas, sem compromissos tolos , sem planejamentos inatingíveis, sem certezas cruéis... Um ano que será dedicado a mim...
Que o Novo Ano chegue para saciar minha fome por uma vida mais colorida e a minha sede por mais alegrias.

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